quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A arte no Brasil Pré-Colonial

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Óleo sobre tela de Oscar Pereira da Silva

Com o objetivo extrativista, Portugal manteve sua ocupação em terras brasileiras durante os 30 anos do “descobrimento” (1500 a 1530). Com a exploração francesa também em terras brasileira, ameaçando o extrativismo português, o Rei D. João III resolveu criar capitanias hereditárias para doá-las para nobres e pessoas de confiança (donatários) da coroa portuguesa, alternativa que visava a administração das terras e a defesa contra os nativos e outros invasores estrangeiros. Entretanto, em 1549, o Rei decide criar um governo-geral, mais eficiente e centralizador. Com isso, iniciou-se o processo de povoamento, que se deu com influência dos padrões das cidades radiais europeias, modelo de cidades que tinham suas ruas voltadas para um centro organizador, a exemplo de Olinda e Igarassu. A partir deste período, a Arquitetura foi a maior expressão de arte, com sua característica de simplicidade e despojamento, porém suas construções de casas e moradias não visavam tanta durabilidade quanto as igrejas e fortalezas da época.

A hibridização da cultura brasileira

Índios, europeus e escravos. Uma mistura de três continentes. Assim começou a hibridização cultural brasileira. A partir dessa mistura de raças se deu nossa multiculturalidade. No século XX, três principais teóricos discutem as origens, suas qualidades e o resultado deste processo de miscigenação de raças e culturas: Gilberto Freyre, que substitui o conceito de raça por cultura, efetivando a hibridização cultural; Sergio Buarque de Holanda, que também compreendeu a este processo de mistura cultural; e Caio Prado Junior, que denuncia a degradação de negros e índios como sendo o principal fator deste processo, atribuindo também o conceito de problema que revela preconceitos antigos acerca miscigenação cultural.

A contribuição dos povos pré-colombianos

O grande embate cultural se teve quando os estrangeiros chegaram para ficar, em 1500, encontrando povos que já viviam a séculos. Entretanto os estrangeiros, preconceituosamente, classificou os autóctones como bárbaros, que ainda viviam numa economia e agricultura de coleta e sobrevivência. Os colonizadores portugueses pouco se influenciaram com a cultura dos povos pré-colombianos, pois trouxeram a forte influência do barroco europeu nas suas igrejas católicas, que ao chegar no brasil, logo se tornaram grandes atelieres de arte, fixando a importação cultural trazida por eles. Os nativos da época acabaram cedendo à exploração portuguesa, contribuindo para a extração do pau-brasil e a introdução de costumes trazidos pelos colonos.

A participação cultural africana

Trazidos a força, os africanos eram os principais produtos da indústria da escravidão. Sem perder os seus costumes e crenças, sua cultura também foi introduzida no processo de miscigenação do brasil. A estética cultural africana se manteve até os dias de hoje, sobretudo no que corresponde aos aspectos religiosos. Suas influências se perpetuam e caracterizam a diversidade cultural brasileira.

A cultura Indígena e as artes visuais no início da colonização dos invasores europeus

A partir de historiadores, antropólogos e arqueólogos, houveram as primeiras observações acerca da cultura e das artes visuais no Brasil. Estes estudos começaram inicialmente pelos jesuítas que visavam encontrar vestígios de acontecimentos relatados no antigo testamento da bíblia. Posteriormente o próprio império de Pedro II se interessou por esses vestígios e achados pré-históricos das artes rupestres. Porém, só a partir do século XIX foi que estes estudos adotaram caráter mais científico. Esses estudos foram imprescindíveis para a legitimação dos homens pré-históricos como primeiros artistas. Com a invasão portuguesa, no início da colonização, as artes visuais trazidas para a catequização tinham influências barroca e renascentista. Do período da ocupação holandesa, liderada por Maurício de Nassau, ficou algumas construções arquitetônicas, porém com poucas influências do imaginário religioso. Contudo, sua maior contribuição se deu no período do seu governo (1637-1644), que objetivava também o progresso físico e intelectual da Mauritzland (Mauriceia), um dos maiores centros cosmopolitas da américa do sul, hoje, a atual Recife. Artistas como Franz Post (1612-1680), Albert Eckhout (1607/1612-1665) e Zacharias Wagner, que pintavam temas não religiosos, pertenciam a equipe do conde Maurício de Nassau. Depois da expulsão holandesa, parte de suas edificações foram exterminadas. O barroco se iniciou com a difusão do credo católico, em meio a hibridização cultura entre índios, negros e brancos, obras trazidas da Europa influenciaram os nativos e escravos recém catequizados na produção local das artes visuais. Encaminhando para seu apogeu cultural no século XVIII, o barroco contribuiu com a igreja no processo de catequese, possibilitando um posicionamento filosófico que se rendia à dominação dos colonos portugueses.

Washington Machado

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